terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Divulgação de Resultados Itaúsa 2018

Olá!

Ontem a Itaúsa anunciou um valor belíssimo de dividendos e JCP para 2018 e, hoje, divulgou os resultados do ano passado. Estou fazendo essa postagem para comentar esses resultados, analisar alguns indicadores fundamentalistas e discutir a situação da empresa como um todo. Comecei a comprar ações da empresa em novembro de 2018, com muito menos estudo do que deveria, como forma de me obrigar a estudar sobre ela à medida que seguia aportando meu dinheiro. Essa é a primeira demonstração de resultados desde então e, para cumprir com o que me propus, estou fazendo essa análise. É a primeira vez que faço um exercício assim, então adoraria que os amigos comentassem a análise e suas perspectivas para a empresa!

Os demonstrativos contábeis estão espalhados em meia dúzia de planilhas de Excel diferentes, mas todas as informações constam no relatório completo, então vou analisar na mesma ordem que as informações são apresentadas nele.

Remuneração aos acionistas

Primeiro tópico relevante que eu vejo na demonstração (foda-se a sustentabilidade, Itaúsa recebeu uns prêmios legais de transparência mas não tenho o que falar sobre isso): a remuneração aos acionistas, já apresentada ontem.


Achei os valores ótimos, Itaúsa sempre foi uma excelente pagadora de dividendos e esse cenário só melhorou nesse ano. Um total de R$ 1,0019 por ação em proventos representa um dividend yield de 7.57% para PN se levarmos em consideração a cotação de fechamento de hoje (R$ 13,23). Para ON o yield é um pouco menor porque a ação é mais cara mas ainda são números ótimos. Aqui é bom notar que o yield deu "só" 7.57% porque eu peguei a cotação de hoje, um dos maiores valores que a ação atingiu em um ano porque ela abriu em alta hoje (proventos anunciados no fim da tarde ontem) e também por causa dos bons resultados. O yield on cost de qualquer um que tem comprado regularmente há mais tempo certamente vai ser maior. De R$ 0,80 para R$ 1,00 por ação temos um aumento de 25% no valor pago, o que está ótimo. Qualquer um que leva muito a sério os critérios de alguém tipo o Bazin para escolher ações (pelo menos 6% de DY) estaria satisfeitíssimo com esses resultados. Nota-se também o payout altíssimo de 2018 (para quem não sabe, payout é a porcentagem do lucro líquido distribuído como proventos para os acionistas).

Indicadores principais


Bom, se a Itaúsa diz que esses são os principais indicadores, quem sou eu para discordar? O lucro líquido teve um aumento de 15.9%, um resultado excepcional, e mesmo considerando só o LL recorrente (que eu vejo como uma visão mais "pessimista" da lucratividade), o aumento ainda foi bom. Os números também fornecem os seguintes indicadores (calculados com a cotação de hoje da PN):
  • P/L de 11.7 e P/VP de 2.01. Mesmo se eu fosse levar o preço em consideração, ainda daria para dizer tranquilamente que a ação está barata.
  • ROE de 18.2%, um valor excelente. Comparando com outras empresas do mesmo segmento, BBDC, BBAS e BIDI apresentam ROE de 15.8%, 13.8% e 7.1% (estou pegando os valores direto do Fundamentus aqui, talvez os valores estejam ligeiramente descompassados). Não sei se é justo comparar ITSA (talvez deveria comparar ITUB), mas o resultado não fica muito diferente (ITUB tem ROE de 16.6%). O que acham?
Comentários sobre o resultado (no relatório)
É sempre bom ter uma noção do que justifica as variações no balanço patrimonial, lucratividade e fluxo de caixa. Considerando que Itaúsa é composta basicamente por ITUB, não surpeende muito que o aumento no lucro líquido seja justificado pelo aumento nas receitas de serviços (produtos bancários, crédito, financiamentos...) do banco. Segue o comentário direto do relatório:

O  crescimento  do  lucro  líquido,  tanto  no  trimestre  quanto  no  ano,  decorreu  principalmente (i)  do  aumento  das  receitas  com  prestação  de  serviços,  associado  ao  crescimento  da  base  de clientes  correntistas  e  das  maiores  receitas  com  administração  de fundos,  e (ii) do menor custo de crédito, relacionado com a melhora do risco de crédito de clientes do Banco de Atacado no Brasil.
   A carteira de crédito, incluindo garantias financeiras prestadas e títulos privados, atingiu R$ 640,5 bilhões ao final de  2018, representando aumento de 6,0% em relação ao mesmo período de 2017. Em 2018, podem‐se destacar as carteiras dos segmentos de Pessoas Físicas, que aumentou 9,9% e o de Micro, Pequenas e Médias Empresas, com crescimento de 14,0%. As despesas gerais e administrativas cresceram no ano influenciadas pela incorporácão das operações de varejo do Citibank e pelo aumento das despesas na América Latina (excluindo Brasil), influenciado pela variação cambial.

Nada distante do esperado. Vejo que a recuperação econômica favorece muito as empresas menores (várias fecharam na época da recessão no segundo mandato da Dilma), então faz bastante sentido a participação das carteiras desse segmento (micro/pequenas/médias empresas) tenha tido esse crescimento tão expressivo.

Comentários

A análise não foi muito profunda porque é uma das primeiras e ainda estou pegando o jeito e tentando identificar o que é importante, mas os indicadores apresentados seguem endossando a excelente atuação da Itaúsa no segmento. Vai seguir sendo minha empresa favorita por um bom tempo, vou seguir comprando sem dúvidas. Houve uma certa empolgação hoje com os resultados e dividendos que valorizou o papel e espero que volte a cair depois que os proventos forem descontados, porque eu quero comprar mais! O que acharam da análise? Sentiram falta de algo? Estão de acordo? Comentem! 

Abraços!

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